terça-feira, 26 de novembro de 2013

Deixe-me ir...



14 de Setembro de 2016,ás 2:00 da manhã. Liguei para Colombo e pedi que viesse a minha casa. Conversamos e então...
Ele relutou,eu não.


Deitada sobre a grama,olhei em direção ao ipê que estava em meu lado direito. Observava o caminho que as folhas faziam,enquanto caiam,embaladas pelo vento. Era uma tarde radiante,mas não para meu coração.O sentimento de perda,é difícil de lidar. Ainda mais quando só você,valoriza-o!
Meu corpo queria se erguer,mas minha mente impedia-o. A terra me chamava de sua,as plantas amenizavam meu peso sobre o solo,as gotas da chuva recém chegada,purificavam meu Ser. Não queria acabar com isso,já que todo restante,não tinha mais valor. Talvez eu devesse compreender as passagens da vida mais rapidamente. Assim,não me apego a detalhes que ninguém nota!
Lembrei de meu caminho,para chegar até aqui. Passei por pessoas desconhecidas,outras cumprimentei,minhas passadas eram longas,meu corpo esguio ditava meus costumes. Onde resido,é uma incógnita,que meus amantes não conseguiram responder. Minha família mantinha uma postura religiosa,perante qualquer acontecimento...Por mais corriqueiro que fosse. Isso sempre me deixou irritada!
Os tempos na faculdade foram repletos de gente insignificante. Se ir pro passado,ainda mais profundamente,estarei falando de uma adolescência em cárcere,e uma infância solitária.
Acabei conhecendo,em meus anos inértes,um grande amigo. Chamava-se Colombo.
Colombo dividia comigo,tudo,de sua vida. E assim eu era com ele. A reciprocidade estava em toda atividade de nossas vidas...Em nome dessa cumplicidade,nasceu um amor. Um amor que não pude vivenciar,pois era calado...
Não entendo quais foram as razões para Colombo agir desta forma,mas sei que foi por pureza. Tudo que ele fazia,era genuíno...De uma calmaria que acalentava minha confusão interna.
Passamos longos anos nos admirando,nos ajudando,nos apoiando. E não deixou de ser assim,nem mesmo neste instante.
Eu sempre apreciei a primavera. Sentia-a entrando em minhas veias,com sua melancolia disfarçada em riscos solares,e flores teatrais,que desabrochavam esperando aplausos.
Creio que escolhi o momento certo...O dia mais belo,para que Colombo me amasse. Da forma mais intensa que poderia ser. Antes de partir,pude senti-lo abraçando-me. O calor de seu corpo ao encontro do meu...Eu sempre soube,mas ele só me falou,quando eu já não estava mais aqui,de alguma maneira.
Susurrou em meu ouvido,aos prantos: "Amo-te,e sempre irei!"
Tão cavalheiro,tão puro,tão amigo...Me deixou na paisagem mais maravilhosa,para meu conforto. Foi nesse momento que me arrependi,de não poder mais sentir teus lábios no meu...E nem poder dizer o quanto também o amava. Só havia compreendido quando cheguei do outro lado,e meu avô não me deixava olhar para trás.




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